domingo, 9 de fevereiro de 2014

O ALTAR DOS DOZE DEUSES OLÍMPICOS

O Altar dos Doze Deuses é uma das mais importantes peças arqueológicas existentes no mundo.  De origem grega apresenta três faces que dividem os doze signos, seguindo a possível influência egípcia de repartir o ano em três segmentos, mas também visando reunir os deuses em partes e quadrantes.  Descrevemos a seguir os nomes romanos e entre parênteses os correspondentes gregos.
Na primeira face ao altar encontram-se Júpiter (Zeus) e Juno (Hera), Netuno (Poseidon) e Ceres (Deméter).
Na segunda fase encontram-se Apolo e Diana (Ártemis) , Vulcano (Efestos) e Minerva (Atenas). E na terceira fase encontram-se Marte (Ares) e Vênus (Afrodite), Mercúrio (Hermes) e Vesta (Héstia).
Esta sequência acha-se repetida no Altar Redondo do Museu do Capitólio em Roma, embora difira da Mesa dos Dose Deuses, também existente no Louvre, onde os deuses romanos são colocados em correspondência com os signos, embora nem sempre de forma exata, resultando numa espécie de horóscopo.
É evidente que aqui se tratam de deuses astrológicos, ou seja, os próprios olímpicos. Mas ao contrário da astrologia ptolomaica, não remetem apenas às sete esferas planetárias, mas aos próprios signo zodiacais do "ZODÍACO FIXO", sem que a eles se identifique de fato, uma vez que, pese a relativa antropomorfização do Zodíaco greco-caldeu. Não cabe aqui o aspecto anímico aos signos, razão pela qual existem zodíacos inteiramente caracterizados por formas animais, e até por forças naturais como ocorre com certos signos maias. Os signos zodiacais sempre dizem respeito às forças periféricas da Personalidade e representam a esfera transitória do SAMSARA ou do tempo, e nunca às energias da alma. Por esta razão, a primeira casa astrológica diz respeito à forma externa e à Personalidade da pessoa.
Mas também o zodíaco pode ser esotericamente revertido. Os Doze Trabalhos de Hércules e as 12 Tarefas de Odisseu seriam alegorias destas duas direções evolutivas (A Odisséia de Ulisses, de Luis A.W.Salvi - FEEU).
Pode-se concluir disto, em princípio, que a astrologia greco-romana não estivesse muito ocupada com os chamados aspectos científicos, tratando antes de inventariar esotericamente as forças da Alma. Apenas Ptolomeu é que teria mais tarde reunido os conhecimentos astronômicos existentes para elaborar uma astrologia pseudo-científica, numa época em que os saberes mais sutis estavam por se perder e foi esta a Astrologia que pode ser compreendida e valorizada pela Renascença européia. Disso tudo resultaria a mistura de influências que caracteriza a nossa civilização, com seu calendário pouco coerente.
Inicialmente, devemos observar que os nomes dos signos e planetas empregados na Astrologia moderna advém de distintas fontes, envolvendo de um lado a astronomia e de outro lado as astrologias caldaica-greco-romana. Assim, o deus grego Ares deu nome ao primeiro signo, e a deusa Juno romana nomeou o sexto mês. Os deuses romanos Vênus, Marte, Mercúrio, Júpiter, Saturno, Netuno e Plutão deram nomes aos planetas, os quais foram completados por Sol e Lua do jargão astronômico. Muitos símbolos vieram dos caldeus. Já nos meses do calendário existe ainda a influência etrusca e até nomes pessoais de imperadores.
Entretanto, essa mistura não resulta de todo ruim, se nela podemos entrever inclusive elementos de uma astrologia esotérica, presentes nos indícios de um Zodíaco Polar existente em algum momento do calendário romano.
O Altar dos Doze Deuses sofreu modificações desde sua forma original, podendo dificultar ainda mais a busca da correlação entre os pares de deuses ali presentes. 
Seja como for, temos que usar critérios bastante flexíveis, pois parece ser comum nas estruturas de conhecimentos romanos, especialmente em seus calendários, certa mistura de influências, o que pode não indicar apenas confusão e vaidade, mas também uma opção consciente ou mesmo a dificuldade de definir-se por uma única linha dentre muitas.
Assim, num primeiro grupo podemos facilmente reunir os pares de signos através de seus EIXOS ASTROLÓGICOS.
        Marte e Vênus - Áries/Libra (primeiro eixo)
       Júpiter e Juno  - Sagitário/Gêmeos (terceiro eixo)
       Netuno e Ceres - Peixes/Virgem (sexto eixo)
Nesta configuração, o aspecto da polaridade é simbólico ou relativo, uma vez que, em princípio, cada eixo pertence a uma única polaridade de elementos. Porém,. não se poderia deixar de buscar realmente alguma polarização e Virgem e Libra demonstram claramente aspectos mormente femininos, tendo o último por regente um dos símbolos do feminino que é Vênus.
Todavia, também encontramos similaridades expressas por polaridades planetárias. Tratam-se neste caso dos signos regidos por Sol/Lua (luminares), Mercúrio e Marte:
      Apolo e Diana - Leão/Cancer (regidos pelos luminares)
      Mercúrio e Vesta - Gêmeos/Virgem (regidos por Mercúrio)
     Vulcano e Minerva - Escorpião/Áries (regidos por Marte)
Assim, encerramos os seis pares de deuses. Entretanto, deixamos de englobar os signos de CAPRICÓRNIO e AQUÁRIO, até porque Saturno/CRONOS foi expurgado do Olimpo e não se apresenta no quadro; Mas, como Saturno mantém seus vínculos com os infernos, nisso podemos aproximá-lo do artífice Vulcano. Na mitologia romana Saturno também está muito identificado a Janus, o deus de duas fontes (duplo como Juno/Gêmeos e relacionado nisso a Cástor e Pólux), sendo que do mês de Janeiro participam os dois signos de Saturno, Capricórnio e Aquário.






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